domingo, 8 de março de 2009

A intervenção terapêutica ocupacional, no contexto equaterápico em crianças com Síndrome de Down.

A intervenção terapêutica ocupacional, no contexto equaterápico em crianças com Síndrome de Down.

A Síndrome de Down (SD) é um acidente genético de causa desconhecida, que ocorre aproximadamente a cada um ou dois nascimentos em mil, sendo conhecida como a Trissomia do Cromossomo 21, isto porque, cada célula do indivíduo possui 46 cromossomos divididos em 23 pares. Logo, neste caso o indivíduo com esta síndrome, no seu par de números 21, possui um cromossomo a mais resultando em 47 cromossomos1. Ë caracterizada, por uma história natural e aspectos fenotipicos bem definidos, sendo causado pela ocorrência de três cromossomos 21 (trissomia), um a mais do que o normal na sua porção fundamental (BARRETO, et al, 2007).
A síndrome de Down é uma desordem genética que pode causar deficiência mental, sendo leve, moderada ou severa, também conhecida como trissomia 21 ou mongolismo. Dentre as características clínicas apresentadas pela Síndrome de Down pode-se destacar: atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, hipotonia muscular, déficit na coordenação motora; déficit no equilíbrio (BARRETO, et al, 2007).
Equoterapia é considerada como um conjunto de técnicas reeducativas que agem para superar danos sensoriais, motores, cognitivos e comportamentais, utilizando para isto, atividade lúdico-desportiva, tendo como meio o cavalo (MACHADO, 2001).
A função do Terapeuta Ocupacional na equoterapia é analisar esta atividade com o propósito de objetivar o processo interventivo a ser usado, além de facilitar, estimular e mediar à relação terapêutica, buscando a codificação e o significado nas diferentes experiências, permitindo assim, ao praticante, aprender novas tarefas de forma eficiente (GONÇALVES, 2008).
Quando uma criança nasce com algum tipo de deficiência ou apresenta alguma complicação na infância, passa por inúmeros profissionais da saúde sendo submetidas a exames, atendimentos e intervenções vistos como invasivos e traumáticos, quando seu aparato intra-psíquico ainda se encontra em formação, com poucas condições de elaboração de suas vivências (FERRARI, 2003).
Segundo Vash (1988) a pessoa portadora de deficiência experimenta uma sensação de perda das habilidades funcionais, quando esta é adquirida.
Kovács (1997) acrescenta que na deficiência adquirida estão associadas às vivências de morte em vida, mudanças corporais, desfiguramento, alterações na potencionalidade de realização do sujeito na vida pessoal e profissional podendo implicar situações semelhantes ao processo de perda por morte, citadas por Kubler-Ross (1969) como choque, negação, raiva, barganha, depressão (compreensão da dimensão da perda) e aceitação (possibilidade de convivência com a deficiência).
A deficiência afeta o desenvolvimento, a aprendizagem, as relações familiares e a organização dinâmica da personalidade (FERRARI, 2003).
Para Kassar (2000) é grande o estigma referente às pessoas com deficiência, independente das potencialidades individuais, pois há idéia de incapacidade e invalidez, comprometendo a possibilidade de realização profissional, afetiva, educacional e política.
AJURIAGUERRA (2005, p. ) esclarece que:

“O desenvolvimento afetivo de crianças portadoras de paralisia cerebral está alterado devido as dificuldades pessoais em adquirir conhecimentos, dificuldades para se relacionar, necessidades afetivas de sentir a confiança da família e do meio, ser considerado pelas pessoas, receber e dar afeto, sentir-se segura em um ambiente estável.”

Quando a criança é vítima de preconceito há alteração na relação consigo mesma, com os outros, na escola, criando expectativas quanto às capacidades ou exigindo desempenho fora de suas potencialidades, ficando limitada e assim, não pode conhecer e explorar o mundo. (FERRARI, 2003)
Os princípios da atividade equoterápica deve se basear em fundamentos técnico-científicos, sendo que o atendimento equoterápico só poderá ser iniciado mediante parecer favorável em avaliação médica, psicológica e fisioterápica. (FERRARI, 2003)
As atividades equoterápicas devem ser desenvolvidas por equipe multiprofissional com atuação interdisciplinar, que envolva o maior número possível de áreas profissionais nos campos da saúde, educação e equitação.As sessões de equoterapia podem ser realizadas em grupo, porém o planejamento e o acompanhamento devem ser individualizados (ANDE-BRASIL)
Para acompanhar a evolução do trabalho e avaliar os resultados obtidos, deve haver registros periódicos e sistemáticos das atividades desenvolvidas com os praticantes, como: A ética profissional e a preservação da imagem dos praticantes de equoterapia devem ser constantemente observadas; o atendimento equoterápico deve ter um componente de filantropia para que possa, também, atingir classes sociais menos favorecidas, para não se constituir em atividade elitizada. (ANDE-BRASIL)
A segurança física de o praticante dever ser uma preocupação constante de toda a equipe, tendo em vista o comportamento e atitudes habituais do cavalo e às circunstâncias que podem vir a modificá-los, como por exemplo, uma bola arremessada ou um tecido esvoaçando, nas proximidades do animal pode assustar o cavalo. A segurança do equipamento de montaria, particularmente correias, presilhas, estribos, selas e manta devem ser verificados, além da vestimenta do praticante, principalmente nos itens que podem trazer desconforto ou riscos de outras naturezas. O local das sessões não pode ter ruídos excessivos ou anormais, pois poderá assustar os animais. (MATTOS, 2007)
Texto extraído: PIMENTA, J.B. A Intervenção Equoterápica em Criança com Síndrome de Down. Monografia (Graduação em Terapia Ocupacional)- Faculdade de Minas. Muriaé, 2008. (p. 18-20)

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